Friedrich Nietzsche e o sofrimento
Todos nós temos fases más na vida. Todos enfrentamos dificuldades que parecem intransponíveis. Quando isso acontece, muitas vezes temos vontade de desistir. A maioria dos filósofos tentou reduzir o nosso sofrimento, dando conselhos de como amenizar a dor. Um dos que se debruçou mais seriamente sobre a questão, foi Nietzsche. Ele acreditava que todos os tipos de sofrimento e fracasso deviam ser bem-vindos ao caminho para o sucesso e vistos como desafios a serem superados, como os alpinistas fazem ao subir uma montanha. Praticamente sozinho entre os filósofos, considerava os infortúnios como algo vantajoso na vida.
Ele escreveu: "A todos com quem realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, maus-tratos, indignidades, o profundo desprezo por si, a tortura da falta de auto-confiança, e a desgraça dos derrotados."
A sua montanha preferida era nos Alpes Suiços. Ele gostava do topo das montanhas porque é do ápice que se desfruta a melhor vista, mas chegar até lá é sempre mais difícil... Na sua visão, para conquistarmos algo que realmente valha a pena, tenhamos de fazer um grande esforço.
Sils Maria - Suiça
Nietzsche entendia de esforço, tanto físico como mental, pois a sua vida foi muito difícil. Viveu em permanente luta contra doenças: vertigens, dores de cabeça, enjôos, etc.
O local onde se sentia melhor era Sils Maria, no alto das montanhas do sudeste da Suiça, que descrevia do seguinte modo: "Tenho o melhor da Europa. A sua natureza combina com a minha." Lá passou oito Verões, onde escreveu das suas obras mais importantes: Assim Falava Zaratustra, Além do Bem e do Mal e Crepúsculo dos Ídolos.
Casa onde viveu em Sils Maria - Suiça
Mas os seus livros não fizeram sucesso enquanto ele esteve vivo. Embora tenha recebido o título de professor universítário aos 24 anos, o seu pensamento destoava do dos seus colegas, e viu-se obrigado a aposentar-se aos 35 anos...
Viveu o resto da sua vida com pouco dinheiro, e muitos dos livros que escreveu foram ignorados enquanto ainda estava vivo.
Nietzsche não foi viver nas montanhas apenas pelo ar puro e pelas belas paisagens. O cenário que o rodeava, espelhava as suas ideias sobre si e sobre o seu trabalho. Ele escreveu: "A filosofia é o exílio voluntário entre montanhas geladas." A sua vida amorosa foi igualmente desastrosa: todas as suas tentativas de seduzir mulheres foram em vão. Muitas assustavam-se com o seu volumoso bigode. Ele confessou muitas vezes sofrer com a solidão.
Nietzsche resolveu mergulhar na filosofia, mas a sua vida produtiva foi abreviada cruelmente. Terminou os seus dias na loucura, depois do famoso colapso nervoso em que abraçou um cavalo em Turim em 1889. Voltou à pensão onde morava, dançou nu, pensou em fuzilar o Kaiser, e declarou ser, entre outros, Jesus, Napoleão, Buda, e Alexandre, o Grande. Foi enviado de comboio para a Alemanha, e confinado num sanatório onde, sob os cuidados da irmã e da mãe, permaneceu até à sua morte, onze anos mais tarde, aos 56 anos.
A essência da filosofia de Nietzsche é uma ideia simples: dificuldades são normais. Não devemos entrar em pânico nem desistir de tudo. A nossa dor vem da distância entre aquilo que somos e o que idealizamos ser. Por não dominarmos a receita da felicidade, entramos em sofrimento. Mas o filósofo achava que não bastava sofrer. Se o único requisito para nos sentirmos realizados fossem as dificuldades, todos seriamos felizes. O segredo está em saber reagir bem ao sofrimento, ou, quem sabe, usá-lo para criar coisas belas.
Ele foi um dos poucos filósofos a destacar o lado bom das dificuldades e do fracasso, pensando que todos nós podemos beneficiar deles. Nietzsche dizia que o fracasso é um tabu na nossa cultura, tratado como se fosse uma coisa que só acontecesse a alguns coitados, e, do outro lado, há o sucesso. Os dois são coisas distintas. O interessante é a ideia de que na vida de qualquer um, mesmo sendo uma boa vida, haverá sempre um grau de fracasso. Como poderemos apreciar o sucesso se não tivermos fracassado primeiro? O fracasso tem os seus benefícios. Mas a sua visão era mais subtil. Para ele, o fracasso não bastava. Todas as vidas têm um grau de fracasso. O que torna algumas mais satisfatórias é a forma como o encaramos.
Um dado que surpreende na biografia de Nietzsche é a vontade que ele sentiu de abandonar a vida académica para se dedicar à profissão de jardineiro. Esse plano nunca se realizou, mas lidar com as plantas ensinou-lhe uma lição. Nietzsche dizia que, diante de problemas, devemos espelhar-nos nos jardineiros. Os jardineiros deparam-se com plantas que têm raízes feias, mas eles são capazes de cultivar algo que parece feio ao princípio, até extrair a beleza que há nele. Para Nietzsche, esta é uma metáfora de como devemos agir na vida: pegar em situações que nos parecem horríveis e fazer nascer algo belo delas.
Há algo animador na comparação botânica feita por Nietzsche. Mesmo os nossos sentimentos mais vis e negativos podem dar belos frutos se bem cultivados. Isso só depende de nós mesmos. A ansiedade, por exemplo, pode deixar-nos em pânico, mas também pode levar-nos a análise do que está errado, originando, assim, paz de espírito.
Era por isso que Nietzsche desejava o infortúnio aos seus amigos, por acreditar que as dificuldades eram um mal necessário e que, se cultivadas com a aptidão necessária, podiam levar à criação de coisas belas.
Ele dizia que, para conseguir grande felicidade na vida, para colher grandes alegrias, é preciso viver perigosamente. Ele sugeria construir casas nas encostas do Monte Vesúvio, o que seria uma atitude imprudente. Imprudente, mas que nos daria uma vista maravilhosa do mar. Isso resumia a visão dele. Viver é uma coisa arriscada, e quem não arrisca, não petisca. A felicidade não vem da fuga dos problemas, mas sim, do acto de cultivá-los para extrairmos algo positivo deles. As nossas preocupações são pistas valiosas do que está mal na nossa vida, e podem apontar o caminho para torná-la melhor.
Nietzsche nasceu em Röcken, na ex-Alemanha Oriental, e o seu pai era o Pastor local. A sua mãe, extremamente devota, também era filha de pastor. O filósofo adorava o pai, e deve ter ficado em choque quando o perdeu repentinamente aos quatro anos. Essa perda atormentou-o durante toda a sua vida. Uma das primeiras coisas que fez quando conseguiu juntar algum dinheiro, foi comprar a grande lápide que ainda hoje pode ser vista no túmulo do seu pai, onde mandou inscrever uma frase do novo testamento: "O Amor nunca morre." Foi após a morte do pai que Nietzsche começou a ver com reservas o tipo de ajuda que o cristianismo oferece em tempos de dificuldades. Ele deve ter crescido num ambiente extremamente religioso, mas, apesar disso, é bem conhecida hoje toda a sua 'luta' contra o cristianismo e toda a religião em geral, fazendo aquilo a que ele próprio denominou: a transmutação dos valores.
Já em adulto, ele escreveu sobre a religião dos seus pais: "É justo que se leia o Novo Testamento com reservas. Em todo o texto, há uma única figura que inspira respeito, Pilatos, o governador romano. Simplificando, é indecente ser cristão hoje em dia."
Na sua obra Ecce Homo, com o subtítulo Como se chega a ser o que se é, uma espécie de autobiografia, podemos ler: "O que até agora a humanidade tomou a sério, não é realidade, é pura imaginação, ou, para me exprimir com mais rigor, são mentiras derivadas de instintos enfermiços, e de tendências profundamente nocivas: todas as ideis de Deus, alma, virtude, pecado, além, verdade, vida eterna... Supôs-se, no entanto, ver neles a grandeza da natureza humana, a sua divindade..." E ainda: "Conheço o meu destino. Dia virá em que apareça ligado ao meu nome memória de alguma coisa de formidável - de uma crise tal como jamais houve outra sobre a terra, do mais profundo choque de consciências, de um juízo proferido contra tudo quanto até hoje foi motivo de fé, de tudo quanto se exigiu, se santificou. Não sou homem, sou dinamite. Contudo, nada há em mim de um fundador de religião. Religiões são coisa do populacho, e eu tenho sempre de lavar as mãos depois de estar com contacto com religiosos... Nada quero com crentes, suponho ser demasiado astuto para tal, nem sequer creio em mim próprio. Nunca falo às massas... Sinto um medo espantoso de que um dia me canonizem... Transmutação de todos os valores, eis a fórmula para aquele acto decisivo de regresso à humanidade a si própria, que em mim se faz carne e génio. Quer o meu destino que eu seja o primeiro homem sincero, quer que me ponha em contradição com milhares de anos... Eu, primeiro entre todos, descobri a verdade, pelo facto de ser o primeiro a considerar a mentira como tal."
Nietzsche era contra o cristianismo pelo mesmo motivo que condenava o álcool: ir a um culto na igreja pode fazer-nos sentir melhor rapidamente, da mesma forma que nos sentimos melhor, se nos embebedarmos. Para ele, a fé cristã pode amortizar a dor, amortizando, também, a energia que ela nos dá para superar os problemas e chegar à verdadeira felicidade. Há diferenças entre a igreja e o bar, mas para o filósofo a ajuda oferecida nos dois locais é o mesmo. Tal como o álcool, o aconselhamento cristão pode aliviar a dor, mas também nos tira a energia para superar o problema que a gerou. Nietzsche foi o primeiro pensador a compreender que a morte de Deus daria lugar a algo totalmente novo na História humana: a ideia da liberdade absoluta do homem como única medida do Universo, enfraquecendo, assim, as nossas certezas morais e intelectuais. O que é o bem e o mal? O que é o certo e o errado?... Todos nós, actualmente, colocamos estas dúvidas, mas Nietzsche foi pioneiro nesta maneira de pensar, abalando todas as certezas que julgavamos possuir.
Perante as dificuldades, ele queria que deixássemos de não desejar as coisas mais difíceis. Nietzsche enfrentou dificuldades imensas. Ele foi pobre, doente e solitário, mas nunca teve a atitude que acusava os cristãos de terem, ou seja: ele nunca afirmou que saúde, riqueza e amor eram coisas ruins. Aceitava o facto de não ter essas coisas, em parte por escolha própria, em parte graças às circunstâncias, mas jamais negou os seus desejos e a sua dor. Por tudo que sabemos hoje através da obra de Nietzsche, não é surpreendente encontrar nos registos funerários da pequena vila de Röcken a inscrição deixada pelos párocos ao lado do seu nome dizendo: "O Anticristo."
Apesar da vida difícil que teve, não devemos achar que ele se lamentava o tempo todo. Muitas vezes ele falava de satisfação, principalmente quando estava nas montanhas. Mas por satisfação, ele entendia algo muito mais abrangente do que a sensação de bem-estar que talvez possamos imaginar. Chegou a escrever sarcasticamente sobre pessoas que ele considerava "viciadas na religião do conforto." Considerava essas pessoas mesquinhas, pequenas, que se escondem na floresta como servos amedrontados. Mas aqueles que se aventuram a sair para a clareira poderão apreciar a vista e respirar a brisa. Só então poderão compreender a vantagem de abandonar o conforto em busca da verdadeira realização. Como diz a sua famosa frase: "Aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes."
O interesse de Nietzsche era que todas as pessoas fossem felizes. Mas, ao contrário de muitos filósofos, ele acreditava que os extremos da dor eram um compenente vital para chegar à felicidade que tinha em mente. Nem tudo aquilo que nos faz sofrer, é necessariamente mau, assim como nem tudo o que nos dá prazer, nos faz necessariamene bem. Considerar o sofrimento como algo mau a ser abolido era, para ele, o cúmulo da idiotice.
Um dado que surpreende na biografia de Nietzsche é a vontade que ele sentiu de abandonar a vida académica para se dedicar à profissão de jardineiro. Esse plano nunca se realizou, mas lidar com as plantas ensinou-lhe uma lição. Nietzsche dizia que, diante de problemas, devemos espelhar-nos nos jardineiros. Os jardineiros deparam-se com plantas que têm raízes feias, mas eles são capazes de cultivar algo que parece feio ao princípio, até extrair a beleza que há nele. Para Nietzsche, esta é uma metáfora de como devemos agir na vida: pegar em situações que nos parecem horríveis e fazer nascer algo belo delas.
Há algo animador na comparação botânica feita por Nietzsche. Mesmo os nossos sentimentos mais vis e negativos podem dar belos frutos se bem cultivados. Isso só depende de nós mesmos. A ansiedade, por exemplo, pode deixar-nos em pânico, mas também pode levar-nos a análise do que está errado, originando, assim, paz de espírito.
Era por isso que Nietzsche desejava o infortúnio aos seus amigos, por acreditar que as dificuldades eram um mal necessário e que, se cultivadas com a aptidão necessária, podiam levar à criação de coisas belas.
Ele dizia que, para conseguir grande felicidade na vida, para colher grandes alegrias, é preciso viver perigosamente. Ele sugeria construir casas nas encostas do Monte Vesúvio, o que seria uma atitude imprudente. Imprudente, mas que nos daria uma vista maravilhosa do mar. Isso resumia a visão dele. Viver é uma coisa arriscada, e quem não arrisca, não petisca. A felicidade não vem da fuga dos problemas, mas sim, do acto de cultivá-los para extrairmos algo positivo deles. As nossas preocupações são pistas valiosas do que está mal na nossa vida, e podem apontar o caminho para torná-la melhor.
Nietzsche nasceu em Röcken, na ex-Alemanha Oriental, e o seu pai era o Pastor local. A sua mãe, extremamente devota, também era filha de pastor. O filósofo adorava o pai, e deve ter ficado em choque quando o perdeu repentinamente aos quatro anos. Essa perda atormentou-o durante toda a sua vida. Uma das primeiras coisas que fez quando conseguiu juntar algum dinheiro, foi comprar a grande lápide que ainda hoje pode ser vista no túmulo do seu pai, onde mandou inscrever uma frase do novo testamento: "O Amor nunca morre." Foi após a morte do pai que Nietzsche começou a ver com reservas o tipo de ajuda que o cristianismo oferece em tempos de dificuldades. Ele deve ter crescido num ambiente extremamente religioso, mas, apesar disso, é bem conhecida hoje toda a sua 'luta' contra o cristianismo e toda a religião em geral, fazendo aquilo a que ele próprio denominou: a transmutação dos valores.
Já em adulto, ele escreveu sobre a religião dos seus pais: "É justo que se leia o Novo Testamento com reservas. Em todo o texto, há uma única figura que inspira respeito, Pilatos, o governador romano. Simplificando, é indecente ser cristão hoje em dia."
Na sua obra Ecce Homo, com o subtítulo Como se chega a ser o que se é, uma espécie de autobiografia, podemos ler: "O que até agora a humanidade tomou a sério, não é realidade, é pura imaginação, ou, para me exprimir com mais rigor, são mentiras derivadas de instintos enfermiços, e de tendências profundamente nocivas: todas as ideis de Deus, alma, virtude, pecado, além, verdade, vida eterna... Supôs-se, no entanto, ver neles a grandeza da natureza humana, a sua divindade..." E ainda: "Conheço o meu destino. Dia virá em que apareça ligado ao meu nome memória de alguma coisa de formidável - de uma crise tal como jamais houve outra sobre a terra, do mais profundo choque de consciências, de um juízo proferido contra tudo quanto até hoje foi motivo de fé, de tudo quanto se exigiu, se santificou. Não sou homem, sou dinamite. Contudo, nada há em mim de um fundador de religião. Religiões são coisa do populacho, e eu tenho sempre de lavar as mãos depois de estar com contacto com religiosos... Nada quero com crentes, suponho ser demasiado astuto para tal, nem sequer creio em mim próprio. Nunca falo às massas... Sinto um medo espantoso de que um dia me canonizem... Transmutação de todos os valores, eis a fórmula para aquele acto decisivo de regresso à humanidade a si própria, que em mim se faz carne e génio. Quer o meu destino que eu seja o primeiro homem sincero, quer que me ponha em contradição com milhares de anos... Eu, primeiro entre todos, descobri a verdade, pelo facto de ser o primeiro a considerar a mentira como tal."
Nietzsche era contra o cristianismo pelo mesmo motivo que condenava o álcool: ir a um culto na igreja pode fazer-nos sentir melhor rapidamente, da mesma forma que nos sentimos melhor, se nos embebedarmos. Para ele, a fé cristã pode amortizar a dor, amortizando, também, a energia que ela nos dá para superar os problemas e chegar à verdadeira felicidade. Há diferenças entre a igreja e o bar, mas para o filósofo a ajuda oferecida nos dois locais é o mesmo. Tal como o álcool, o aconselhamento cristão pode aliviar a dor, mas também nos tira a energia para superar o problema que a gerou. Nietzsche foi o primeiro pensador a compreender que a morte de Deus daria lugar a algo totalmente novo na História humana: a ideia da liberdade absoluta do homem como única medida do Universo, enfraquecendo, assim, as nossas certezas morais e intelectuais. O que é o bem e o mal? O que é o certo e o errado?... Todos nós, actualmente, colocamos estas dúvidas, mas Nietzsche foi pioneiro nesta maneira de pensar, abalando todas as certezas que julgavamos possuir.
Perante as dificuldades, ele queria que deixássemos de não desejar as coisas mais difíceis. Nietzsche enfrentou dificuldades imensas. Ele foi pobre, doente e solitário, mas nunca teve a atitude que acusava os cristãos de terem, ou seja: ele nunca afirmou que saúde, riqueza e amor eram coisas ruins. Aceitava o facto de não ter essas coisas, em parte por escolha própria, em parte graças às circunstâncias, mas jamais negou os seus desejos e a sua dor. Por tudo que sabemos hoje através da obra de Nietzsche, não é surpreendente encontrar nos registos funerários da pequena vila de Röcken a inscrição deixada pelos párocos ao lado do seu nome dizendo: "O Anticristo."
Apesar da vida difícil que teve, não devemos achar que ele se lamentava o tempo todo. Muitas vezes ele falava de satisfação, principalmente quando estava nas montanhas. Mas por satisfação, ele entendia algo muito mais abrangente do que a sensação de bem-estar que talvez possamos imaginar. Chegou a escrever sarcasticamente sobre pessoas que ele considerava "viciadas na religião do conforto." Considerava essas pessoas mesquinhas, pequenas, que se escondem na floresta como servos amedrontados. Mas aqueles que se aventuram a sair para a clareira poderão apreciar a vista e respirar a brisa. Só então poderão compreender a vantagem de abandonar o conforto em busca da verdadeira realização. Como diz a sua famosa frase: "Aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes."
O interesse de Nietzsche era que todas as pessoas fossem felizes. Mas, ao contrário de muitos filósofos, ele acreditava que os extremos da dor eram um compenente vital para chegar à felicidade que tinha em mente. Nem tudo aquilo que nos faz sofrer, é necessariamente mau, assim como nem tudo o que nos dá prazer, nos faz necessariamene bem. Considerar o sofrimento como algo mau a ser abolido era, para ele, o cúmulo da idiotice.
Fonte: Allain de Botom